


A chave da interpretação dos sonhos tem sido um mistério para a humanidade desde sempre. Pode-se, contudo, alegar que representam o mundo onírico dos símbolos.
Simbolicamente, o sonho representa uma dimensão paralela à realidade, uma ponte entre o Eu e o divino, a libertação das forças do nosso inconsciente. Na mitologia grega, Hypnos (deus do sono) - filho da Noite e irmão de Eros (o Amor) e de Thanatos (a Morte) - domina o reino dos sonhos. Hypnos é uma divindade paradoxal: oferece o repouso noturno, que permite a regeneração do organismo humano, pesadelos apavorantes ou premonições transmitidas pelo espírito dos mortos.
Premonitórios, proféticos, introspetivos, iniciáticos, visionários, telepáticos ou catárquicos, os sonhos fogem ao controlo racional do Eu, libertando o reino do inconsciente: revelam o verdadeiro Eu, embora também o encubram como um símbolo, sob a forma de imagens de seres diferentes do sujeito. Segundo C. Jung, o sonho “é a representação, espontânea e simbólica, da situação atual do inconsciente”.
Frequentemente de caráter profético para os Antigos e visionário para os monges medievais, durante o Renascimento o mundo onírico foi representado com base em visões místicas, em textos literários, na mitologia greco-romana e na obra Hypenerootomachia Poliphili (1499) de Francesco Colonna, rica em simbolismo. As caraterísticas estranhas e ilógicas dos sonhos seriam exploradas, séculos mais tarde, pelos surrealistas (embora o “pai” desse movimento artístico, H. Bosch, já o tivesse iniciado no século XV).



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Como grande apreciadora do Surrealismo - na pintura e na literatura -, o tema do sonho é sempre muito interessante, apesar de pouco se saber sobre o que é, na realidade. Em termos de Arte, o mundo onírico é uma fonte inesgotável de riqueza pictórica e imagética. Gostei muito do artigo.
Adorei este artigo, pois reflete sobre um tema que é um mistério para o ser humano e cuja busca de resposta, através da sua interpretação, não cessa. A pintura é uma das artes mais rica em imagens de sonhos e gostei muito da seleção de obras feita para o artigo. Parabéns!